[GUFSC] Software livre e cco

vladimir em inf.ufsc.br vladimir em inf.ufsc.br
Sábado Março 19 04:12:28 BRT 2005


Sou macaco velho, mas não aprendi até hoje a não botar a mão em cumbuca...
Sou um entusiasta de software livre, participo de vários grupos e atuo como
voluntário preparando micros doados, com soft livres para escolas de comunidades
rurais, mas não sou fundamentalista; tanto que uso windows e Linux, softs pagos
e softs livres em minhas atividades pessoais e profissionais.
Achei a colocação inicial deste tópico muito válida, embora um pouco agressiva,
mas não descabidamente agressiva; como também achei a reação à colocação,
extremamente agressiva, fechativa e sem fundamentação (tanto que lançou mão de
ironia... o método mais eficiente de desclassificar opositores sem ter
argumentos válidos).
Em 2002 prestei vestibular, não para tentar um diploma que me desse uma
oportunidade de emprego, mas por achar que meu diploma de engenheiro mecânico
estava precisando de um refresh, uma vez que havia migrado aos poucos da
engenharia para a informática, de uma forma autodidata e achava que um
curso de Sistemas de Informação iria, por um lado me proporcionar um upgrade e
por outro lado o embasamento teórico que me faltava para dar um verniz mais
teórico ao que havia aprendido durante muitos anos de aprendizado autodidata.
Tranquei o curso no segundo semestre ao ver o quanto a universidade havia
diminuido nos últimos anos, como ficara tacanha e bitolada e quanto alguns
sábios doutos (tantos professores quanto alunos da primeira fase) achavam que
eram donos da verdade e, principalmente, pela falta de ÉTICA que campeia solta
na Universidade brasileira.
Exemplo1:
A cadeira de estatística usa um shell (GEL) que executa em background um
programa proprietário e ninguém se preocupa em que a Universidade esteja
pirateando um programa proprietário... todo mundo copia.
Exemplo2: A maioria dos micros dos laboratórios tem Windows e Linux instalados,
mas nenhum professor se preocupou em explicar que os alunos poderiam usar o
windows ou o Linux.
Exemplo3: O pessoal do software livre deu um minicurso de Linux para os
calouros, num sábado de manhã, mas a divulgação do evento, em comparação com a
divulgação do curso de EMPREENDEDORISMO, era como comparar o exército do Irque
com o exército dos EUA.
Esperava encontrar uma universidade aberta e encontrei uma comunidade sectária,
dividida entre jogadores de truco; pessoas que aceitam tudo sem questionar,
desde que ao final consigam um diploma e  alguns raros "fora da casinha"
tentando expandir seus horizontes (tanto professores quanto alunos).
Conclui que mesmo fora da comunidade acadêmica é muito mais fácil aprender e
contribuir, nos fóruns da vida, porque não há uma hierarquia professor x aluno
e também porque há muito mais liberdade de expressão e maior interatividade. Em
qualquer forum ou newsletter da sourceforge, uma pessoa que usasse de ironia
para rebater um questionamento, seria naturalmente igonorada pelo restante do
grupo (não banida, não censurada) mas aqui, no Olimpo da sabedoria, no senáculo
da sapientia brasileira, gera um monte de mails com posicionamentos pessoais,
que acabam por desvirtuar o enfoque da proposição inicial.
Voltando ao enfoque inicial: "Achei interessante o seu comentário, mas acho que
um ponto da sua argumentação é falho: o problema não está no fato do
professor usar ou não software livre, mas dos alunos não se tornarem
"criminosos" pirateando software para colocar em casa porque só é aceito o
trabalho feito com determinada ferramenta"
Gente, a universidade deveria ser um forum diversificado em que as questões
fossem propostas por professores (e alunos) e as respostas aceitas,
independentemente se em word, em txt, em AutoCad, em em Kwrite, em código
binário, em JPG, html ou em braille!!! O que deveria interessar é se eram
certas, erradas ou se conduziam a um novo questionamento!!!! O que importa é a
idéia, não a forma; não o copyright do software utilizado para dar a resposta.
(Na década de 90 fiz direito e o que mais me entusiasmou foi que na primeira
prova um aluno perguntous "Professor, nós temos que ser a favor ou contra o
réu?" e o professor respondeu: "Não importa. O que eu quero ver é tua
capacidade de interpretar o código e de argumentar.")
Se existem pessoas que advogam que a universidade deve ser estática e não
transformadora, temos que conviver (combatento) com esta realidade e, mais que
isso, saber combater seus argumentos com argumentação mais capaz e com atitudes
mais eficientes: Há 6 meses postei um mail comunicando que minha empresa tinha
uns 200 micros AMD K6 para doar e ninguém se manifestou (uma pessoa postou uma
mensagem:"precisamos descobrir quem é o presidente desta tal empresa pra mandar
um alô pra ele"... Talvez tenhamos que fazer um mea culpa para entendermos que a
"oposição" talvez esteja certa ao dizer que estamos politizados demais e
atuantes de menos...
Mas mesmo assim, apesar de todos os percalços, os fatos recentes têm demonstrado
que nossos esforços são válidos e que o software free e opensource tem um lugar
de destaque no universo da informática.


Citando Alexandre Machado <axmachado em gmail.com>:

> Gustavo
>
> Achei interessante o seu comentário, mas acho que um ponto da sua
> argumentação é falho: o problema não está no fato do professor usar ou
> não software livre, mas dos alunos não se tornarem "criminosos"
> pirateando software para colocar em casa porque só é aceito o trabalho
> feito com determinada ferramenta. Ou seja, voltando ao seu exemplo do
> martelo, se o que o professor for cobrar é que o prego seja colocado,
> não importa se o professor usa o martelo da tramontina, que o aluno
> vai poder usar o martelo da black&decker. Porém, se for exigido que o
> aluno pregue com o martelo do professor, e que ele tenha prática
> nisto, o aluno que já tem um martelo black & decker vai ter que
> comprar um materlo tramontina.
>
> Sei que os martelos não são as ferramentas ideais para este tipo de
> comparação, mas acho que vcês podem pegar a idéia.
>
> Alexandre
>
> On Thu, 17 Mar 2005 15:42:58 -0300, Gustavo De Nardin
> <gustavodn em gmail.com> wrote:
> > On Thu, 17 Mar 2005 02:05:05 +0000, Matheus Villela <villela em inf.ufsc.br>
> wrote:
> > > Tenho algumas dúvidas quanto ao uso de OSS durante o curso, pessoalmente
> > > estranhei o uso de Windows+Delphi por parte do professor Isaías e fiquei
> > > meio que abismado quando falei pra ele que estava usando o FPC e ele
> > > aparentou mal saber do que eu falava =/
> >
> >   "Estranhei o uso do martelo Tramontina por parte do marceneiro, e
> > fiquei meio abismado quando falei que estava usando um martelo
> > Black&Decker, e ele aparentou mal saber que a Black&Decker também
> > fabricava bons martelos."
> >
> >
> > > Durante o curso os alunos têm que usar muito software proprietário ou
> > > são apenas alguns professores que forçam isso? Há algum incentivo por
> > > parte da ''''''''''''''''diretoria'''''''''''''''' do curso para o
desenvolvimento de OSS
por
parte
> > > dos alunos?
> >
> >   Durante o curso os professores têm que usar muito software livre ou
> > são apenas alguns alunos que forçam isso?
> >
> >
> > > Outra coisa que gostaria de aproveitar e perguntar é sobre atividades de
> > > vocês relacionadas à desenvolvimento de software, costumo eu perceber ao
> > > menos que na lista PSL-SC não se costuma falar muito sobre
> > > desenvolvimento em si, mais sobre ativismo mesmo.
> >
> >   Brasileiros gostam de política.
> >
> > --
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