[GUFSC] Ainda sobre o caso Sérgio Amadeu e MS

Wagner Saback Dantas wagners em das.ufsc.br
Sexta Junho 18 14:55:41 BRT 2004


> On Thu, Jun 17, 2004 at 05:49:54PM -0300, Wagner Saback Dantas wrote:

[cortado]

>> > Como diria o Theo, "patent termination clauses are a bad thing". Veja
>> > que um dos objetivos do OpenBSD e' fornecer um sistema completamente
>> > livre, mesmo para usos comerciais:
>> >
>> >   [http://www.openbsd.org/goals.html]
>> >
>> >   [...]
>> >
>> >   Integrate good code from any source with acceptable copyright (ISC
>> >   or Berkeley style preferred, GPL acceptable as a last recourse but
>> >   not in the kernel, NDA never acceptable). We want to make available
>> >   source code that anyone can use for ANY PURPOSE, with no
>> >   restrictions. We strive to make our software robust and secure, and
>> >   encourage companies to use whichever pieces they want to.
>> >
>> >
>> > Perceba que a licenca BSD e' um meio para atingir esse objetivo, e nao
>> > um fim em si mesma.
>>
>> Esse é meu medo, Rafael!
>
> Medo de que? De alguem pegar um BSD e transformar em produto de codigo
> fechado? A BSDi ja' fez isso e (basicamente) quebrou por causa da
> concorrencia dos sistemas livres (notadamente o FreeBSD).

Exatamente, meu caro! Infelizmente, nem todo mundo enxerga a liberdade
como um benefício coletivo.

>> E, de antemão, exprimo que eu fico no paradoxo:
>> restringir para libertar, melhor dizendo, restringir para não deixar
>> restringir, ou liberar pra todos e permitir possibilidades de restrição?
>> Eu, até o exato momento, prefiro restringir para não restringir.
>
> Ninguem que use o seu codigo (distribuido sob uma licenca BSD-like) em
> um produto proprietario pode evitar que voce o distribua livremente.
> Entao, onde esta' a restricao?

A restrição está em obter o código primeiro, aperfeiçoá-lo e fechá-lo
depois. Isso é uma séria restrição ao meu ver e que as licenças BSD-like
(até onde eu sei) permitem.

> Conheco casos de empresas que usaram o codigo do OpenBSD como base
> para seus produtos, como o NFR (sistema de deteccao de intrusoes) e
> mesmo a Microsoft (dizem que o SFU--Windows Services for
> Unix---utiliza codigo extraido do OpenBSD). Isso nao teve nenhuma
> influencia negativa nos destinos do OpenBSD.

Ainda bem. :-) Agora, imagine se os beneficiários do código aberto do
OpenBSD ou qualquer outro software sobre licença BSD fizerem alguma
melhoria que o OpenBSD ou tais programas não contemplem, algo que poderia
ser de muita valia para todos, mas que, pelo seu caráter restritivo, não
liberam no fim do processo? É uma via única: recebo o seu código, mas não
retorno o meu. Não concordo com isso.

>> > Veja tambem que clausulas envolvendo patentes vao contra esse
>> > objetivo, pois restringem a liberdade. Nas palavras do proprio Theo:
>> >
>> >   [http://marc.theaimsgroup.com/?l=openbsd-misc&m=108654750620854&w=2]
>> >
>> >   "We've been clear:  Their new license contains more stuff, and we do
>> >   not accept MORE STUFF in licenses.
>> >   [...]
>> >   Oh give it up: greater protection is nearly always the opposite of
>> >   greater freedom.  You are being robbed of freedmosn[sic], and you
>> >   are blind if you do not see it so."
>>
>> Sobre "greater protection is nearly always the opposite of greater
>> freedom", é exatamente no que se mantém o meu paradoxo. Aplicar uma GPL
>> (e
>> aí é que acho muito inteligente o ponto de vista da licença!) para
>> dizer:
>> "não, você não pode pegar isso e fechar, impedindo os outros de usufruir
>> do que você adicionou" é, no mínimo, justo. Agora, chegar pro carinha
>> que
>> quer estabelecer uma licença para um software e dizer: "olha, você tem
>> que
>> aplicar a GPL e se deixar restringir à restrição, mesmo sabendo que você
>> quer liberar pra todos sem se importar com o que façam com o seu
>> software"
>> é, contraditoriamente, injusto, sob o aspecto da liberadade do indivíduo
>> criador do software. Entretanto, acho que a liberdade é válida perante a
>> comunidade em geral, não somente perante um indíviduo. Todos precisam do
>> acesso e da possibilidade de conhecer. Esse é o meu ponto de vista a
>> favor
>> sobre esse lado da GPL, o de proibir o proibir.
>
> Talvez esteja ai' a diferenca filosofica. Pra mim, o mais importante
> e' a liberdade do autor, ja' que o trabalho e' dele e nao da
> comunidade. IMHO. YMMV. :-)

É, nesse ponto a minha opinião se encerra. (risos) Se acha assim, não
posso fazer mais nada senão respeitar seu ponto de vista. :-)

A propósito, o que são "IMHO" e "YMMV"?

> Um abraco,
> --rro

[]'s
-- 
Wagner Saback Dantas
wagners at das.ufsc.br
Departamento de Automação e Sistemas - DAS
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC


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