[GUFSC] Manifesto Mundial : Líderes do Software L
ivre Permanecem Unidos
Ricardo Grützmacher
gufsc@das.ufsc.br
Sat, 14 Dec 2002 17:47:48 -0200
http://www.softwarelivre.rs.gov.br
http://www.softwarelivre.rs.gov.br/manifesto.zip
LÍDERES DO SOFTWARE LIVRE PERMANECEM UNIDOS
(versão em português)
A conferência de Craig Mundie já não é mais notícia hoje, então
esperamos que estas sejam as últimas palavras. Alguns dos evangelistas
do Software Livre, em discussão informal, acharam que a resposta
apropriada à Microsoft seria permanecermos unidos. A conferência de
Mundie mostra que a estratégia da Microsoft é nos manter divididos e
atacar um por vez, até que todos nós desistamos. Por isso a ênfase sobre
a GPL neste momento. Embora nós não tentemos representar todos os grupos
e projetos, muitas vozes importantes do Código Aberto e do Software
Livre assinaram esta mensagem. Levamos um tempo por não estarmos
acostumados a isto, mas faremos melhor na próxima vez. Perceba as
assinaturas ao fim desta mensagem - nós permaneceremos unidos e nos
defenderemos uns aos outros.
Bruce Perens
Nós percebemos um novo triunfo para o Código Aberto e Software Livre:
nos tornamos competidores tão sérios para a Microsoft que seus
executivos publicamente anunciaram seus medos. Entretanto, a única
ameaça que nós apresentamos à Microsoft é o fim das práticas de
monopólio. A Microsoft é bem-vinda a participar como um parceiro igual,
um papel assumido hoje por entidades, que variam desde indivíduos até
corporações transnacionais como a IBM e a HP. Igualdade, no entanto, não
é o que a Microsoft tem buscado. Por isso, eles anunciaram o Shared
Source, um sistema que pode ser resumido como Olhe mas não toque - e nós
controlamos tudo.
A Microsoft enganosamente compara o Código Aberto aos modelos falidos de
negócios ponto-com. Talvez eles tenham interpretado mal o termo Software
Livre. Lembre-se que Livre (em inglês, "Free") se refere à liberdade e
não ao preço. As ponto-com deram seus bens e serviços abaixo do custo em
uma esforço frustado de conquistar sua fatia do mercado. Em contraste, o
modelo de negócio do Código Aberto é reduzir o custo de desenvolvimento
e manutenção do software distribuindo-o entre muitos colaboradores.
O sucesso do modelo do Código Aberto se baseia no relaxamento do
controle por parte dos detentores do copyright em troca por maior e
melhor colaboração. Os desenvolvedores permitem que seu software seja
livremente redistribuído e modificado, pedindo apenas os mesmos
privilégios como retorno.
Há muito software que é essencial para um negócio, mas que não
diferencia esse negócio de seus competidores. Mesmo companhias que não
abraçaram completamente o modelo do Código Aberto podem justificar
colaboração em projetos de Software Livre para esse software
não-diferenciador, por causa do dinheiro que irão economizar. E tais
colaborações frequentemente são sucessos tremendos: por examplo, o
projeto que produz o servidor web líder de mercado Apache foi iniciado
por um grupo de usuários que concordaram em compartilhar o trabalho de
manter uma parte de software de que cada um de seus negócios dependia.
A eficiência dessa cooperação é de bastante interesse para o usuário.
Mas o Software Livre também está direcionado aos interesses do usuário
porque isso significa que os usuários controlam o software que usam.
Quando eles fazem negócios com provedores de Código Aberto, os
provedores não os dominam.
Com muito pouco investimento, o sistema GNU/Linux se tornou um jogador
de peso em vários dos principais mercados, de servidores de Internet a
dispositivos embarcados. Nossos projetos de Interface Gráfica para
desktop supreenderam a indústria de software por terem partido do zero e
estarem comparáveis ou superiores aos outros em apenas 4 anos.
Fabricantes de estações de trabalho como a Sun e HP selecionaram nossos
desktops para substituir os seus próprios projetos corporativos, porque
nosso trabalho era melhor. Uma indústria inteira foi construída em torno
do Software Livre e está crescendo rapidamente apesar do mercado
desfavorável. O sucesso de companhias de software como a Red Hat e os
benefícios a provedores tais como a Dell e a IBM demonstram que Software
Livre não é de todo incompatível com negócios.
A licença do Software Livre assinalada como abusiva pela Microsoft é a
"GNU General Public License" (Licença Pública Geral GNU), ou GNU GPL.
Essa licença é a equivalente computacional de compartilhe e continue
compartilhando. Mas isso não significa, como a Microsoft reclama, que
uma companhia que use esses programas está legalmente obrigada a tornar
livre todo seu software e dados. Nós mantemos todos os softwares GPL
disponíveis no formato de código fonte para incorporação como uma peça
de montagem para novos programas. Esse é o segredo de como nós
conseguimos criar tanto software bom e tão rapidamente.
Se você escolher incorporar código GPL ao seu programa, você será
requerido a tornar o programa inteiro Software Livre. Essa é uma troca
franca de nosso código pelo seu e isso continuará enquando você colher
os benefícios das melhoras contribuídas pela comunidade. No entanto, as
exigências legais da GPL se aplicam apenas a programas que incorporam
algum código coberto pela GPL - não a outros programas no mesmo sistema
e não aos arquivos de dados sobre os quais os programas operam.
Embora a Microsoft levante a questão das violações à GPL, isso é um
clássico alarme falso. Muito mais pessoas se encontram em violação das
licenças da Microsoft, porque a Microsoft não permite cópia, modificação
e redistribuição como a GPL permite. As violações às licenças da
Microsoft resultaram em ações judiciais civis e prisões. Violações
acidentais da GPL são facilmente remediadas e raramente chegam à corte.
É a característica compartilhe e continue compartilhando da GPL que
intimida a Microsoft, porque ela derrota sua estratégia "Embrace and
Extend" (Abraçe e Estenda). A Microsoft tenta reter o controle do
mercado tomando os resultados de projetos e padrões abertos e
adicionando características incompatíveis únicas da Microsoft em código
fechado. Adicionar uma característica incompatível a um servidor, por
exemplo, requer um cliente similarmente incompatível, o que força os
usuários a "atualizarem". A Microsoft usa essa estratégia de
incompatibilidade deliberada para forçar seu caminho no mercado. Mas se
a Microsoft tentar "abraçar e estender" software sob a GPL, eles seriam
exigidos a tornar cada "melhora" incompatível pública e disponível aos
seus competidores. Portanto, a GPL ameaça a estratégia que a Microsoft
usa para manter seu monopólio.
A Microsoft alega que o Software Livre promove "forks" de código
incompatíveis, mas é a Microsoft o motor real da incompatibilidade: eles
deliberadamente tornam novas versões incompatíveis com as anteriores,
para forçar os usuários a comprar cada atualização. Quantas vezes os
usuários tiveram que atualizar o Office porque o formato de arquivo do
Word havia mudado? A Microsoft alega que nosso software é inseguro, mas
experts em segurança afirmam que você não deve confiar em nada além de
Software Livre para funções críticas de segurança. Programas da
Microsoft é que são conhecidos por bisbilhotar os usuários, serem
vulneráveis a vírus e pela possibilidade de "back doors" (portas dos
fundos) escondidas.
O programa "Shared Source" da Microsoft reconhece que existem muitos
benefícios na abertura, envolvimento da comunidade e inovação no modelo
do Código Aberto. Mas o componente mais importante desse modelo, aquele
que faz todos os outros funcionarem, é a liberdade. Atacando a licença
que foi especificamente desenhada para prevenir sua estratégia de
aprisionamento de seus clientes e denvolvedores, eles esperam obter os
benefícios do Software Livre sem compartilhar esses benefícios com
aqueles que participaram na sua criação.
Nós instigamos a Microsoft a percorrer o resto do caminho em abraçar o
paradigma de desenvolvimento de software de Código Aberto. Pare de pedir
por compartilhamento unidirecional e aceite a responsabilidade de
compartilhar e continuar compartilhando que vem com os benefícios do
Código Aberto. Reconheça que ele é compatível com os negócios.
O Software Livre é uma grande maneira de se construir uma fundação de
software comum que encoraja a inovação e a competição justa. Microsoft,
chegou a hora de se unir a nós.
Bruce Perens, Autor principal: "The Open Source Definition" (A Definição
de Código Aberto)
co-assinantes:
Richard Stallman, "Free Software Foundation" (Fundação do Software Livre).
Eric Raymond, "Open Source Initiative" (Iniciativa do Código Aberto).
Linus Torvalds, Criador do Kernel Linux.
Miguel de Icaza, Projeto de Desktop Gráfico GNOME.
Larry Wall, Criador da Linguagem Perl.
Guido van Rossum, Criador da Linguagem Python.
Tim O'Reilly, Editor.
Bob Young, Co-Fundador da Red Hat
Larry Augustin, CEO da VA Linux Systems
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Fonte: Luis Alberto Garcia Cipriano