[GUFSC] Licenças GPL e BSD

Wagner Saback Dantas wagners em das.ufsc.br
Quarta Março 8 09:34:54 BRT 2006


On Sat, Mar 04, 2006 at 04:42:44PM -0300, Leonardo Trentini Lang wrote:
> > > Quando eu recebo um codigo GNU ou afins eu nao tenho a liberdade de
> > > fecha-lo, ou seja a licenca nao me satisfaz pois eu nao tenho total
> > > liberdade.
> >
> > Isto para mim é paradoxal. Tenho a liberdade de fazer o que quero, então
> > posso fechar o código inclusive, mas restrinjo o acesso de outrem; se
> > restrinjo alguém de fechar, deixo que outrem também tenha acesso ao código,
> > o que mantém a liberdade de se mexer no código ou vê-lo por outro motivo.
> 
> Mas também restringe essa outra pessoa, beneficiada com o código, de fechar.

De fato.
 
> Vale lembrar que o ato de fechar o código, na BSD, é *opcional*. Quem mexeu e
> deseja redistribuir que escolhe se deseja manter aberto ou fechado. "Escolha"
> me remete instantaneamente à palavra liberdade. No caso da GPL, essa pessoa é
> *obrigada* a manter aberto. "Obrigação" não me lembra liberdade nem de longe.

Não acho, ao mesmo tempo, que a possibilidade de fechar remeta à liberdade
instantânea e absoluta. O efeito é restritivo.

> *Não que eu prefira a BSD, sou mais a GPL*. Uso ela sempre que posso. Mas é
> preciso entender que se você tirou uma certa liberdade para um bem maior,
> você *tirou uma certa liberdade para um bem maior, e ponto*! E chega de vir
> com discurso de "ser livre"! O ponto importante da GPL é manter *CERTAS*
> liberdades [as "4 liberdades"], não manter *A* liberdade como um todo. A BSD
> (revisada), sim, pode ser chamada de "licença livre", e justamente por isso
> não têm como garantir a liberdade "contínua" do código, já que não atrela
> obrigações a quem o recebeu.

O discurso "ser livre" ainda não foi alcançado em absoluto, creio. Como me
disse um amigo, são dois pontos relativos: a liberdade do usuário e a
liberdade do código em detrimento à liberdade do usuário. Penso que o primeiro
caso, é a licença BSD; o segundo, a licença GNU GPL.

> O problema que temos aqui (e em várias outras discussões similares), é quando
> se usa a palavra "liberdade" no seu sentido absoluto, ou mais aceito. O próprio
> RMS já advertiu que a GPL é "free as in 'free speech', not as in 'free beer'".
> Ou seja, *não dá certo redefinir o significado da palavra em um certo
> contexto, e sair por aí usando ela a torto e direito*, achando que os outros
> é que precisam entender. Ou até mesmo esquecendo dessa redefinição e
> usando-a no sentido original.
> 
> A solução seria inventar uma outra palavra, tipo "gnudade" ou "gneedom", para
> designar essa liberdade do discurso do RMS, e parar com as confusões com a
> palavra "liberdade" (ou "freedom") no seu sentido original.

Arrisco a dizer que seria "liberdade coletiva", caso GNU GPL. A "liberdade
individual", torno a arriscar, seria o que as licenças BSD apregoam.
 
> > > "Alunos da universidade _TEM_ liberdade de expressao, _MAS_ eles _TEM_ que
> > > falar bem dos professores"
> >
> > Isso é contraditório. Se uma afirmação for verdadeira a outra é falsa.
> 
> Foi isso que o rapaz quis mostrar na argumentação dele, fazendo uma analogia
> com "a GPL é livre, mas você deve redistribuir o código fonte junto com o
> seu programa executável, ou provê-lo sem custo adicional". As palavras
> "liberdade" e "dever" na mesma frase, uma invalidando a outra.
> 
> E é isso.



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