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vladimir em inf.ufsc.br vladimir em inf.ufsc.br
Sexta Setembro 16 22:58:12 BRT 2005


Pessoal, meu objetivo não era o de criar esta polêmica toda, nem o de tentar
dividir o pessoal da lista entre os bonzinhos e os vilões. Só queria dar um
toque ao Mafra para não radicalizar.
Eu mesmo, até 3 anos atrás, não conhecia Linux, embora tivesse uma teimosia
em usar softs livres para windows. Fui apresentado ao Linux quando
profissionalmente fui transferido para um setor que só rodava Red Hat e Unix
em estações Sollaris. Aí tomei gosto pela coisa, pesquisei, resolvi adotar o
Debian em casa, até que a empresa em que trabalho me enviou para fazer um curso
de "introdução ao Linux", com o Carlos Morimoto, desenvolvedor do Kurumin. O
objetivo era explorar as potencialidades do Kurumin para utilização com
usuários finais (apertadores de botões) em um projeto de migração do
Windows para softwares livres na empresa.
No início, achei o Kurumin uma porcaria inventada por um japa garotão maluco
que "estava marketizando uma tradução do Knoppix para o português", mas
,quando dispusemos as primeiras máquinas para usuários finais e as reações
foram positivas; resolvi parar para pensar na diferença de expectativas que
havia entre eu, me sentindo realizado por dominar uma porrada de comandos nos
shell do Linux e do Unix da Sollaris (eu não usava o Gvim, me achava o capeta
naquela tela preta do VI)  e meus clientes de suporte (secretárias, advogados,
engenheiros, estagiários), super felizes com "aquela droga do Kurumin". Aí
parei pra pensar e entendi que tem que atender a todas as expectativas: a do
cara que vai fundo pesquisar, desenvolver, recompilar o kernel; a do usuário
que vai ligar o computador como uma ferramenta de trabalho e só quer apertar
botões; a do cara que só quer baixar mp3, a do pessoal que só quer bater
papo no MSN, etc e tal e que, se um sujeito usa o Firebird em vez do IE, o
Thunderbird em vez do Outlook, mas não quer nem saber o que é o Pine; dez pra
ele, que já começou a jogar no meu time.
Esta é a grande vantagem, a "coisa mágica" do Open Source: Qualquer um pode
etudar os fontes e desenvolver o que quizer...e é para isso que batalhamos...
pode sair um Debian ou um Ubuntu ou até mesmo o SO que está embarcado nos
roteadores da CYclades e da Digitel...
A gente pode gostar ou não destes desenvolvimentos; mas não pode é "cair de
pau" porque, aí, a gente se perde em brigas fraticidas e o pessoal do software
proprietário fica assistindo de cadeira e aplaudindo.
Esta é a minha visão do processo de inclusão digital e de disseminação do
software livre: Que usem o Suse, o Ubuntu, qualquer coisa livre em vez do
windows; que usem o Firebird em vez do IE, o Lazarus em vez do Delphi, que
assim, um dia eles chegam a ler a página do GNU ou da FSF e aí, talvez dê um
tilt e eles passem de usuários a ativistas.
Mais uma vez peço desculpas por ter pego um pouco pesado com o Mafra e causado
esta polêmica que baixou o nível da discussão. Sorry aí, Mafra.

[]s



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