[GUFSC] Ainda sobre o caso Sérgio Amadeu e MS
Wagner Saback Dantas
wagners em das.ufsc.br
Quinta Junho 17 17:49:54 BRT 2004
> On Thu, Jun 17, 2004 at 03:41:16AM -0300, Ricardo Grutzmacher wrote:
[cortado]
> Como diria o Theo, "patent termination clauses are a bad thing". Veja
> que um dos objetivos do OpenBSD e' fornecer um sistema completamente
> livre, mesmo para usos comerciais:
>
> [http://www.openbsd.org/goals.html]
>
> [...]
>
> Integrate good code from any source with acceptable copyright (ISC
> or Berkeley style preferred, GPL acceptable as a last recourse but
> not in the kernel, NDA never acceptable). We want to make available
> source code that anyone can use for ANY PURPOSE, with no
> restrictions. We strive to make our software robust and secure, and
> encourage companies to use whichever pieces they want to.
>
>
> Perceba que a licenca BSD e' um meio para atingir esse objetivo, e nao
> um fim em si mesma.
Esse é meu medo, Rafael! E, de antemão, exprimo que eu fico no paradoxo:
restringir para libertar, melhor dizendo, restringir para não deixar
restringir, ou liberar pra todos e permitir possibilidades de restrição?
Eu, até o exato momento, prefiro restringir para não restringir.
> Veja tambem que clausulas envolvendo patentes vao contra esse
> objetivo, pois restringem a liberdade. Nas palavras do proprio Theo:
>
> [http://marc.theaimsgroup.com/?l=openbsd-misc&m=108654750620854&w=2]
>
> "We've been clear: Their new license contains more stuff, and we do
> not accept MORE STUFF in licenses.
> [...]
> Oh give it up: greater protection is nearly always the opposite of
> greater freedom. You are being robbed of freedmosn[sic], and you
> are blind if you do not see it so."
Sobre "greater protection is nearly always the opposite of greater
freedom", é exatamente no que se mantém o meu paradoxo. Aplicar uma GPL (e
aí é que acho muito inteligente o ponto de vista da licença!) para dizer:
"não, você não pode pegar isso e fechar, impedindo os outros de usufruir
do que você adicionou" é, no mínimo, justo. Agora, chegar pro carinha que
quer estabelecer uma licença para um software e dizer: "olha, você tem que
aplicar a GPL e se deixar restringir à restrição, mesmo sabendo que você
quer liberar pra todos sem se importar com o que façam com o seu software"
é, contraditoriamente, injusto, sob o aspecto da liberadade do indivíduo
criador do software. Entretanto, acho que a liberdade é válida perante a
comunidade em geral, não somente perante um indíviduo. Todos precisam do
acesso e da possibilidade de conhecer. Esse é o meu ponto de vista a favor
sobre esse lado da GPL, o de proibir o proibir.
>> Veja que a GPL também é bem mais restritiva que a licença BSD.
>>
>
> Isso me lembra uma entrevista que saiu recentemente na ACM Queue com o
> Sam Leffler, que foi membro do CSRG em Berkeley nos anos 70-80 e
> esteve envolvido com as releases 4.1 a 4.3 do BSD UNIX. Em determinado
> ponto da entrevista, ele diz:
>
>
> "The point is that when I think of free software I think free--no
> ties at all. The reason I don't agree with the GPL is because it
> attaches strings to giving away software.
>
> People who work on open source projects are motivated by doing work
> that they want to do, and they want to share. The sharing is what's
> really the key. The licensing is--for better or worse--sometimes an
> encumbrance in that it makes it harder to do this. My attitude all
> along has been you give it away; you don't look back."
Nisso, voltamos àquela história dos binários "versus" o código-fonte na
disponibilização do software. Binários são flexíveis para contextos de
comercialização ou afins, fontes não. Não é fácil mensurar a justiça
absoluta das licenças, ainda mais quando se tratam de seres humanos
envolvidos nesse jogo.
>
> A entrevista completa esta' disponivel em
>
> http://www.acmqueue.org/modules.php?name=Content&pa=showpage&pid=149&page=1
>
> Um abraco,
> --rro
--
Wagner Saback Dantas
wagners at das.ufsc.br
Departamento de Automação e Sistemas - DAS
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
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