[GUFSC] todo codigo devieria ser aberto

Ricardo Grützmacher gufsc@das.ufsc.br
Thu, 28 Nov 2002 20:12:01 -0200


> Creio que o movimento SL não está, conforme mencionado pelo Ricardo,
> totalmente desligado de questionamentos maiores sobre liberdade e direitos
> comuns.

Se eu entendi bem, você quiz dizer que o softtware livre faz parte de um 
grande contexto no qual as liberdades do ser humano são discutidas não 
sendo restritas ao software mas a tudo que existe.

> Figuras reconhecidas como Yochai Benkler (escritorde Coases's
> Penguin)  e David Bollier(escritos de Reclaiming de Commons)  defendem
> o SL por considerarem o software um "bem-comum" mas incluem dentro dessa
> categoria várias outras coisas; algumas delas  abstratas outras politicas
> e até culturais.

Você poderia citar os ponteiros?

Sim acho que eles estão considerando o software livre como algo 
compatível com as questões que eles estudam.

Entretanto não acho prudente misturar as questões. Uma coisa é software 
livre outra é música livre, outra ainda é remédios livres, etc. Não 
quero dizer com isto que não sou contra a estudar como estas discussões 
se encaixam numa discussão mais ampla, ao contrário, acho isto bom.

> Já li explanações sobre essa ímparidade (essa palavra existe?) do
> software, mas sinceramente e humildemente questiono isso. Nunca consegui
> entender!

A questão principal é que software roda em um computador este computador 
  é seu. Uma vez que você coloque um software proprietário para rodar 
nele você está restringindo o que você pode fazer com ele. Com outras 
coisas  não é assim. Uma vez que você tem alguma coisa ninguém vai 
impedir você de fazer alterações nesta coisa.

Outra característica software é fácil de copiar. Desde que os cartões 
perfurados surgiram é fácil de copiar software. Basta colocar numa 
copiadora de cartões. Modernamente temos as mídias magnéticas e óticas. 
Logo a questão de liberdade apareceu inclusive por causa desta 
facilidade. (Notem que não se fala muito de softwares não publicados e 
de softwares que rodam embarcados, pois as discussões de liberdade 
nestes casos, ou não surgem, ou (talvez ainda) não são bem fundamentadas)

No momento em que for tão acessível copiar remédios, carros, aviões como 
é copiar software estas questões de liberdade terão que ser discutidas.

Eu considero estas discussões como conhecimento de fronteira para mim. 
Vejo com muito interesse ilustres como RMS, B.Kuhn, Chassel que 
conseguem responder estas questões de uma forma quase axiomática 
reduzindo-se a uma questão de liberdade.

Acho importante estas discussões pois nos dão a oportunidade melhorar o 
entendimento das conseqüências desta filosofia.


Sds.
Ricardo.