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Ricardo Grützmacher
grutz@terra.com.br
Wed, 15 May 2002 19:37:21 +0000
Daniel Dotta wrote:
> Agora tratando das ultimas mensagens e tendo em vista que conheco o
> jeito do Ricardo, pois na viagem que fizemos a Porto Alegre(que foi muito
> proveitosa diga-se de passagem) nos discutimos a respeito de varios
> assuntos, discordando em alguns pontos concordando em outros e nao chegando
> a conclusao nenhuma em varios.
Sendo mais específico acho que não descobrimos quais são as atitudes
corretas em muitas situações.
Além disso, existem situações em que as atitudes corretas não podem ser
tomadas, mas a coerência não pode deixar de ser perseguida.
> Quero fazer apenas um adendo no que se refere ao como estamos passando a
> nossa mensagem. Devemos ter cuidado para nao passemos a imagem de radicais,
> de que o software livre eh bom e o resto nao presta, o que nao eh verdade(e
> nao foi isso que o Ricardo falou).
Acho que não entendi direito a mensagem, especialmente com relação ao
que eu falei.
A questão é: _um determinado_ software proprietário é ruim para quem?
Para o desenvolvedor?
Para o usuário?
Para o governo?
Para a sociedade?
Eu acho numa visão simplista, e provavelmente mal argumentada, que _um
determinado_ software livre só não é ruim para o seu desenvolvedor, pois
este desfruta de todas as liberdades relacionadas ao seu trabalho.
Numa visão mais de centro-direita, pode-se argumentar que com software
proprietário a sociedade não perde, mas deixa de ganhar!
Com relação ao software ``prestar'' é necessário responder a questão:
``prestar'' para quê?
Para fazer a tarefa que ele se propõe, geralmente é a resposta.
Neste caso sabemos que atualmente para a maioria das tarefas existem
softwares proprietários que são melhores que os possíveis substitutos
livres. (favor não pensar em questões paralelas como preço)
Agora quando a pergunta é qual software `presta' para construir um mundo
melhor, qual o software que a sociedade provavelmente deseja, o que
`presta' para criar uma comunidade saudável; a resposta, concordamos,
não é a mesma.
> Acho eu(vejam bem eh a minha opiniao) que
> devemos dar as pessoas a liberdade de escolher mostrando atraves de nossas
> experiencias pessoais como ela pode usar o software livre em seu
> trabalho(seja ele academico ou nao).
As pessoas tem o direito natural da escolha. Estamos num país
``democraticamente'' constituído onde isto é supostamente assegurado.
Ninguém aqui está querendo tirar este direito de ninguém.
Se alguém consegue enxergar isto por favor aponte especificamente onde
isto está acontecendo.
Note-se que um dos objetivos do GUFSC é:
(acho que podemos revisar os objetivos se necessario)
# Aumentar significativamente a liberdade de escolha do usuário
Por que nestes termos?
O usuário já tem a liberdade de escolher qual software usar. Mas muitos
apenas *inocentemente* não percebem que software livre é muito mais do
que uma alternativa técnica. Software livre dá liberdades que o software
proprietário não dá. Por isso escrevemos `aumentar significativamente a
liberdade de escolha.'
O GUFSC não tem o objetivo de obrigar ninguém a nada.
O GUFSC vai divulgar e esclarecer a filosofia, mostrar a viabilidade
caso a caso e ajudar as pessoas que desejarem esta liberdade.
Não penso que o GUSFC deva se preocupar em mostrar que existe uma
alternativa técnica. Esta era a proposta de grupos apolíticos e sem
filosofia como o OpenSystem (em Curitiba, na época do OS/2) e o
movimento OpenSource (surgido em 1998).
A questão aqui é a liberdade no uso do software.
Se for para mostrar alternativas técnicas, por que não criamos um grupo
de usuários Apple ou grupo de usuários Sun? Afinal os produtos deles
batem os próprios softwares proprietários que estamos tentando substituir.
Como diz o texto da FSF que acabei de traduzir.
``Liberdade é o assunto. É todo o assunto e o único assunto.''
> Devemos ter este cuidado, pois corremos
> o risco de ficarmos falando sozinhos o que nao eh o nosso interesse.
Certamente. Mas nem só de falar vivem os movimentos...
> Eu nunca me esqueco do meu professor de Calculo A que nos disse em uma
> de seus aulas, que existem areas importantes no conhecimento humano, umas
> mais outras menos(entre as mais eu coloco a matematica), porem todas perdem
> para a comunicao.
Concordo.
Sds.
Ricardo.