[GUFSC] Resultados da reunião

[Ricardo Grützmacher]

Olá Aguinalgo e lista,

Tenho algumas idéias diferentes sobre este assunto:

>    Sobre a iniciativa do Altamir, colocando informações sobre software 
> livre para os alunos na sua página, acredito que é uma inciativa 
> positiva. Por outro lado, acho que software livre com windows  é algo 
> que não deveríamos estimular.

Na realidade precisamos deixar claro que não estamos estimulando o uso 
de determinado software ou determinado sistema operacional. Estamos 
estimulando o uso de software livre. Queremos em primeiro lugar que as 
pessoas entendam a filosofia e em segundo lugar comprovem sozinhas que é 
possível viver com liberdade usando apenas software livre.

A idéia do CD é fazer com que isto seja um passo na caminhada pela 
liberdade. Concordo com você que temos que cuidar para que isto seja 
realmente um passo em direção à liberdade e não apenas uma alternativa 
que pare por aí.

> Todo o nosso esforço deve ser no sentido 
> de migração para um sistema operacional livre, e com isto a tendência 
> natural é o resto do software ser livre.

Não me parece que esta ordem seja a única que possa ser bem sucedida. Eu 
  acho plenamente possível que ao perceberem que os softwares livres que 
elas usam em Windows ou MacOS existem para GNU/Linux as pessoras irão 
considerar seriamente a migração para este sistema. No fim das contas, 
para a maioria das pessoas, é sempre as aplicações que vão determinar o 
uso ou não de software livre .

> Fazer o contrário, 
> manter Windows, e esperar que o resto do software usado seja livre, 
> terá pouca chance de realizar o que queremos.

A idéia não é manter o Windows. Mas o quanto antes fazer as pessoas 
usarem software livre. Ainda que temporariamente em Windows ou MacOS.

> Nesta questão não podemos 
> adotar meias medidas. Principalmente quando isto significa transigir com 
> um monopólio com o qual não concordamos.

Software Livre não tem a ver com contestar os monopólios. Não tem a ver 
com ser contra a Microsoft. Software livre tem a ver com a questão ética 
de se ter direito ao usufruto do software de todas as maneiras que ele é 
socialmente e tecnologicamente útil.

Quanto a não devermos adotar meias medidas isto parece ser radical. 
Coisa que, vejam só, criticam de mim.

> A experiência mostra que há uma 
> dificuldade inicial de usar o GNU/Linux para quem só está familiarizado 
> com Windows.

Depende que tarefas são realizadas! Na disciplina de fundamentos da 
estrutura da informação, nossa primeira disciplina 100% livre, o tempo 
de familiarização foi de uma aula. Pois eles só utilizam o DrScheme e o 
Mozilla (ou Galeon).

> Se a migração completa for realizada, é questão de poucos 
> meses para uma completa familiaridade com o sistema operacional e *todo* 
> o software livre associado.

Duvido, eu nunca vou ficar familiarizado com os mais de 10 mil pacotes 
do Debian... hehehe :-P

> O que não se deve fazer é estimular as 
> pessoas a tentar software livre mas com um pé no Windows.

Mas e aquelas pessoas que entenderam mais ou menos a filosofia, mas 
aplaudem e dizem: ``- Estou louco para migrar para um sistema 
operacional livre, mas eu dependo de aplicativos X, Y e Z que não 
existem para este sistema operacional livre. Não posso me dar ao luxo de 
ficar sem eles, e passar meses me adaptando aos novos aplicativos e ao 
sistema. Isto me trará prejuízos a curto prazo. Portanto fico com meu 
sistema operacional proprietário por enquanto.''

Estas mesmas pessoas são as que poderiam dizer: ``- Se estes softwares 
livres funcionassem para Windows eu iria me familiarizando e no momento 
que este aplicativos fizerem tudo o que eu preciso dispenso meus 
aplicativos proprietário e troco de sistema operacional''

Eu não concordo com esta situação pois as pessoas estão conscientemente 
ou não convivendo com o dilema moral de usar software proprietário. Mas 
estas desculpas (as vezes não justificáveis) podem ser eliminadas pelo 
método mais simples e rápido, mostrando um software livre que faz aquilo 
que as pessoas precisam.

As pessoas precisam achar alternativas boas para as aplicações que elas 
dependem. O projeto Graduação livre por exemplo tem justamente esta 
idéia. Ajudar professores e alunos a encontrar alternativas livres que 
possam substituir os softwares proprietários por livres sem  causar 
grandes inconveniências didáticas.

> Acho que a 
> mudança tem que ser completa e é com este objetivo que o GUFSC foi formado .

Se for deveria constar nos objetivos do GUFSC na página principal.
Aliás isto poderia ser um tema para discussão. Para que o GUFSC serve e 
para que o GUFSC não serve?

O GUFSC, como entendo hoje, não é um grupo de usuários não-Windows, 
grupo de revoltados anti-Microsoft. Entendo que tudo que tenha a ver com 
software livre é de interesse do GUFSC.

Abraços

Ricardo.