[GUFSC] Crise entre parceiros põe Freedows em risco

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Quinta Fevereiro 9 20:08:42 BRST 2006


(BLOG DA SANDRA CARVALHO - REVISTA INFO
http://info.abril.com.br/blog/sandra/index.shtml)

"Freedows é um Linux à procura de um eixo

O Freedows, um pacote de software com sistema operacional Linux e uma penca de
aplicativos de escritório com a cara do Windows, recebeu uma tremenda paulada
de quem mais o apoiava: o Banco do Brasil.

Deu no jornal Valor, de hoje: o BB desembarcou do Freedows, alegando que não
poderia endossar o software porque ele não abriria 100% de seu código.

Detalhe: o Freedows é cria do Freedows Consortium, uma parceria entre a Cobra,
empresa do BB, e o Sandro Henrique, fundador da Conectiva e ex-funcionário do
banco, um dos nomes mais identificados com o pingüim no país.

Segundo o jornal, Sandro Henrique alegou não poder abrir todo o código porque
ele não pertenceria todo ao consórcio: uma parte seria da empresa americana
CodeWeavers.

Há alguma coisa estranha nessa história: como um veterano do Linux e um cara
inteligente como o Sandro Henrique pôde embutir código proprietário no meio
de um pacote de Linux, sem esperar que isso desse uma tremenda confusão, como
deu?

Como os advogados da Cobra e do BB deixaram passar um contrato de Linux com
código proprietário em seu interior? Ninguém viu isso antes, na Cobra ou no
BB?

E, se é para falar em advogado e copyright, como os advogados da Cobra deixaram
passar um pacote de software que se apropria, sem licença alguma, do look and
feel do Windows e dos aplicativos do Office, da Microsoft, sem sequer 
dispensar
as nuvenzinhas do XP?

A idéia do Freedows é bacana: num só pacote, uma empresa resolve suas
necessidades de sistema operacional e aplicativos básicos de escritório, por
preços modestos (quase dez vezes menores que os do Office, da MS), e serviços
de suporte garantidos. Não se cobram licenças, mas os serviços de suporte ?
o que talvez, na prática, venha a dar na mesma.

A idéia também foi bem realizada. A INFO testou o Freedows duas vezes ? e
pôde constatar que o pacote funciona direito, conversa bem com os aplicativos
do Office, sem nenhum problema sério de compatibilidade e sem a lentidão
típica de programas baseados em emulação. Mais: tudo é muito fácil de usar
por quem tem uma cultura elementar de PC.

De início, só ficava patente que faltava uma interface própria ao Freedows,
sem emprestar tanto, descaradamente, da família Windows. Facilidade de uso
não é monopólio da Microsoft, como até os pingüins devem saber. A
distribuição Ubuntu  mostra isso com enorme competência: tem rosto próprio,
personalidade única e pode ser usada com desembaraço por qualquer pessoa
alfabetizada digitalmente.  Distribuições brasileiras como o Kurumin também
estão longe de ser rocket science para leigos.

Agora, se vê que faltava algo mais ao Freedows: coerência com as regras
básicas de código-fonte aberto do mundo Linux. Tomara que o pacote sobreviva
a esse choque de realidade. Essa é uma pergunta que fica no ar".






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