[GUFSC] Brasil pode se distanciar da Microsoft

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Terça Novembro 18 10:23:36 BRST 2003


O Governo poderia tambem resolver a exclusão digital nas bolsas da 
CAPES, CNPq ....

Ricardo Grützmacher wrote:

> Fonte: 
> http://informatica.terra.com.br/ebusiness/interna/0,,OI213522-EI716,00.html 
>
>
> Segunda, 17 de novembro de 2003, 18h04
> Brasil pode se distanciar da Microsoft
>
> Se pretende mesmo cumprir a promessa de melhorar a vida de milhões de 
> brasileiros que vivem na miséria, o presidente Luiz Inácio Lula da 
> Silva sabe que um dos desafios-chave é quebrar a exclusão digital. E 
> se isso significar evitar a Microsoft no maior país da América do Sul, 
> assim será.
>
> O comando da tecnologia na administração Silva quer transformar a 
> terra do samba e do Carnaval numa nação tecnológica na qual todo 
> mundo, das crianças em idade escolar aos burocratas do governo, usa 
> programas abertos (open source) em vez dos caros produtos Windows.
>
> Tal política faz todo o sentido num país em desenvolvimento onde 
> apenas 10% dos 170 milhões de habitantes tem micros em casa e no qual 
> o governo, atolado em dívidas, é o maior comprador de computadores, 
> disse Sérgio Amadeu, o entusiasta do software livre indicado por Lula 
> para coordenar o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação
>
> Pagar altas licenças de software para companhias como a Microsoft é 
> simplesmente "insustentável economicamente" quando aplicações que 
> rodam no sistema operacional aberto [GNU/]Linux são muito mais 
> baratas, disse Amadeu. Sob sua liderança, o governo Lula está 
> encorajando todos os setores do governo a mudar para programas 
> open-source, cujo código-fonte está disponível pública e gratuitamente.
>
> "Temos algumas ilhas no governo federal usando open-source, mas 
> queremos criar um continente", disse Amadeu, um ex-professor de 
> economia que ganhou fama antes de integrar a equipe de Lula ao lançar 
> uma rede de centros de informática gratuitos na maior cidade do 
> Brasil, São Paulo.
>
> Amadeu, que usa um laptop com [GNU/]Linux em seu escritório, num anexo 
> do palácio presidencial, é autor do livro Exclusão Digital: Miséria na 
> Era da Informação, no qual sustenta que a lacuna entre os necessitados 
> e os bem-sucedidos será cada vez mais profunda a menos que os pobres 
> tenham facilitado seu acesso à tecnologia que está ao alcance dos 
> dedos dos ricos, especialmente em países em desenvolvimento como o 
> Brasil.
>
> Apenas dois pequenos órgãos do governo federal em Brasília - o 
> departamento de Amadeu e a agência de notícias do governo - mudaram 
> até agora do sistema operacional da Microsoft para o open-source. Mas 
> o Brasil assinou recentemente uma carta de intenções com a IBM para 
> ajudar no empurrão em direção a plataformas como o [GNU/]Linux.
>
> Amadeu disse que está conversando com as autoridades eleitorais sobre 
> o uso de programas abertos nas mais de 400 mil urnas eletrônicas, 20% 
> das quais rodam uma variação do Windows.
>
> Embora Amadeu insista que o governo não tem planos de obrigar o uso do 
> software aberto, apenas de incentivar, a Microsoft está preocupada faz 
> intenso lobby para evitar que esta política se torne uma lei.
>
> "Ainda achamos que a livre escolha é melhor para as companhias, os 
> indivíduos e o governo", disse Luiz Moncau, diretor de marketing da 
> Microsoft no Brasil. "Há o risco de se criar uma ilha tecnológica no 
> Brasil apoiada por uma lei".
>
> Qualquer movimento de fuga ao uso do Windows no Brasil prejudicaria 
> claramente a Microsoft em seu maior mercado na América do Sul. Dos US$ 
> 318 milhões ganhos pela companhia no Brasil no ano fiscal que terminou 
> em junho, entre 6% e 10% vieram do governo, disse Moncau.
>
> O open-source representa uma pequena fatia do mercado global de 
> software, mas governos em todo o mundo começaram a mudar para este 
> modelo por várias razões, e entre elas, não querer ficar amarrado à 
> Microsoft e aos seus custos.
>
> A administração federal em países desenvolvidos como França, Alemanha, 
> China e Estados Unidos adotaram o [GNU/]Linux em servidores. O custo é 
> um fator, embora muitos administradores de rede também considerem como 
> vantagens o [GNU/]Linux ser mais estável e menos suscetível a vírus e 
> ataques hackers.
>
> E enquanto outros países em desenvolvimento, como a Índia, vão ainda 
> mais longe na promoção do uso de sistemas open-source, o Brasil está 
> se firmando no papel de modelo para outros países latino-americanos 
> interessados em cortar seus custos com computação, disse Vania 
> Curiati, diretora de software da IBM no Brasil.
>
> Como fez em outros países em desenvolvimento, inclusive no Peru, onde 
> a companhia enfrenta o desafio open-source, a Microsoft doa programas 
> a escolas e organizações sem fins lucrativos no Brasil.
>
> No setor privado, muitos companhias já estão usando ou testando a 
> capacidade do [GNU/]Linux, disse Curiati. No ano passado, a IBM ajudou 
> uma das maiores cadeias de fast-food do Brasil, a Habib`s, a instalar 
> um sistema [GNU/]Linux que permite aos consumidores pedir comida por 
> telefone e recebê-la em casa em menos de 30 minutos.
>
> Moncau joga por terra as predições dos apoiadores brasileiros do 
> software livre de que os esforços do governo para aumentar o uso do 
> [GNU/]Linux poderiam criar empregos e transformar o país num 
> exportador de tecnologia. Software aberto, na verdade, pode sair mais 
> caro do que os programas do Windows quando os custos de serviço são 
> considerados, defende Moncau.
>
> Mas tente dizer isso às dezenas de milhares de brasileiros que 
> regularmente visitam um dos 86 "Telecentros" com computadores 
> instalados em São Paulo. Todas as máquinas dos centros usam programas 
> de código aberto e dão acesso à tecnologia a trabalhadores brasileiros 
> que não têm condições de comprar computadores. Eles aprendem como 
> enviar e-mails, montar currículos e navegar na Internet.
>
> Esperando sua vez num terminal enquanto embalava o filho nos braços, 
> Francisco de Assis disse que seu salário mensal de R$ 530 torna a 
> compra de um computador impossível. O vigia de 31 anos acha a situação 
> do governo parecida com a sua. "Se este fosse um país rico, não faria 
> diferença e poderíamos comprar os produtos da Microsoft, mas somos um 
> país em desenvolvimento e o [GNU/]Linux é muito mais acessível, então 
> estamos na direção de uma geração [GNU/]Linux."
>
> AP
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