[GUFSC]

Aguinaldo Silveira e Silva aguinald em labspot.ufsc.br
Terça Junho 17 20:49:56 GMT+3 2003


  Notícia hoje na Tribuna da Imprensa


Aguinaldo


      Uso de software livre pelo
      governo preocupa Microsoft

SÃO PAULO - A possibilidade de o governo federal dar preferência ao uso 
do software livre, como o Linux, preocupa a Microsoft. O assunto motivou 
a vinda do vice-presidente sênior de Estratégia da Microsoft, Craig 
Mundie, ao Brasil.

Hoje e amanhã, ele terá reuniões com os ministros da Educação, Cristovam 
Buarque, do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, das Comunicações, 
Miro Teixeira e da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral. No começo do 
ano, o executivo participou do encontro entre Bill Gates e o presidente 
Luiz Inácio Lula da Silva, em Davos, na Suíça.

Mundie foi cuidadoso ao tratar do tema. "Pelo que leio nos jornais, 
tenho alguma preocupação", disse. Ontem, ele participou, em São Paulo, 
de evento organizado pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico. Para 
o executivo, uma política pró-software livre iria contra os planos de 
tornar o País um grande exportador de software.

"No longo prazo, não haveria indústria local", afirmou Mundie, 
referindo-se à possível criação de uma lei de preferência ao software 
livre nas compras do governo federal. O Rio Grande do Sul - sob o 
governo do atual ministro das Cidades, Olívio Dutra - aprovou uma lei 
desse tipo.

O software livre - como o Linux, concorrente do Windows - tem o 
código-fonte aberto. Ou seja, as pessoas podem ler os comandos que 
formam o programa e modificá-los. Além disso, não existe cobrança de 
licença: o software pode ser usado de graça. Mundie não se opõe ao 
modelo de código aberto adotado por instituições como a Universidade da 
Califórnia em Berkeley, que admite a existência de um mercado de 
programas de computador, mas ao de software livre, criado por Richard 
Stallman, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), em que a 
licença é sempre grátis.

"À distância, não vejo a distinção ser feita", explicou Mundie. "O 
incentivo ao modelo universitário seria bom".
Entre os principais defensores do software livre está o ministro-chefe 
da Casa Civil, José Dirceu. Ele escolheu Sérgio Amadeu da Silveira para 
presidir o Instituto Nacional da Tecnologia da Informação (ITI).

Silveira coordenou o governo eletrônico na prefeitura de São Paulo, com 
um programa de telecentros baseado em Linux, e acaba de lançar o livro 
Software Livre e Inclusão Digital (Editora Conrad). Os maiores esforços 
da Microsoft em defesa de seu software estarão na área da educação. 
Amanhã, Cristovam Buarque deve anunciar um acordo com a empresa para 
levar o acesso à internet a escolas. "Ao fim do dia, grande parte do 
problema da inclusão digital está em atender a crianças nas escolas 
pobres", disse Mundie.

O Brasil ainda não aderiu ao programa da Microsoft para abrir o 
código-fonte do Windows para governos, anunciado no início do ano, como 
já fizeram países como a China e a Rússia. O vice-presidente da 
Microsoft explicou, porém, que o assunto não está na pauta das reuniões. 
Ele aproveitou a viagem para visitar no final de semana seu irmão, o 
advogado Kevin Mundie, que mora há 30 anos no Brasil.









Mais detalhes sobre a lista de discussão GUFSC