[GUFSC] Sitio da Prefeitura de Florip.

Ricardo Grützmacher grutz em terra.com.br
Terça Fevereiro 11 09:51:11 BRST 2003


> O cara me respondeu na maior da boa vontade e disse que a idéia deles é
> sim utilizar software livre, já tiveram alguns esforços e num futuro
> próximo utilizarão só software livre.

Excelente notícia, mas sugiro que seja passado a ele uma série de 
informações que parece que ele não está sabendo.

Este email não tem de forma alguma intenção de criticar o Sr. Marlon que 
foi favorável a causa.

Os meus comentários que seguem servem para informação dele e de todos 
desta lista e para discussão sobre erros comuns e visões erradas que as 
pessoas tem sobre o software livre.

> Segue abaixo a resposta ao meu email:
> 
> ---------------------------
> 
> Caro Emerson,
> 
> 
> Você têm toda a razão ao mencionar que nosso site apresenta restrições.
> Infelizmente só utilizamos software livre em nossos servidores. Estudos
> foram realizados para que implementássemos o código livre em toda a
> Prefeitura. O Star Office 5.1 chegou a ser instalado em várias máquinas,
> mas muitos funcionários reclamavam do produto, dizendo que era pouco
> compatível com a família Office da Microsoft.

Deveria-se dizer para as pessoas utilizarem o OpenOffice 1.0.1 (o 1.0.2 
ainda não está em pt_BR) e esquecerem o StarOffice que além de pior é 
proprietário.

Eu sinceramente não entendo. Eu já ouvi muito esta conversa de 
``testamos o StarOffice 5.1 ou 5.2 e achamos muito ruim, etc''.

Outra típica: ``No Netscape nenhuma página funciona direito e é muito 
lento''.

Pra finalizar botam os dois na mesma panela e completando as desculpas 
sem fundamento chamam isso de software livre.

Acontece que:

1. Netscape e StarOffice nunca foram softwares livres.

2. OpenOffice e 1.0.1 e Mozilla 1.2.1 são *muito* *muito* melhores que 
StarOffice 5.1 ou 5.2 e Netscape 6.x, que são os softwares que as 
pessoas tomam como referência para não utilizarem software livre.

Eu acho esta situação muito ruim pois, por causa de uma ``relativa'' má 
qualidade do passado de alguns _programas proprietários_, as pessoas 
agora não querem saber de testar os _novos softwares livres_ por 
assumirem que eles são a mesma coisa de alguns softwares proprietários 
de 3 anos atrás.

Temos que acabar com este absurdo!


> Com relação à web, nossos editores são o FrontPage 2000 e o Dreamweaver,
> da plataforma Windows obviamente. Mais óbvio ainda é o fato de que esses
> editores são otimizados para Win / IE, que detêm esmagadores 90 e tantos
> por cento do mercado. E o Dreamweaver não suja tanto o código fonte. Mesmo
> assim, navegadores como o Opera 6 e Netscape não "entendem" todo o código
> gerado 

Por que Netscape como referência denovo? Por que não Mozilla?
Netscape não é diferente de IE sob o ponto de vista de liberdade.


> (sei que em abiente Unix é pior ainda).

Nem sempre. _Acho_ que o problema é que no UNIX em geral temos fontes 
diferentes daí a diferença no desenho das páginas.


> Falando em gráficos, não há
> como substituir o Photoshop pelo GIMP né...

Muuuuiiiita gente discorda!!!
E não são os defensores do software livre.
Já ouvi tais comentários na revista Publish e no tablóide INFO.


> Agradecemos seu email e estamos atentos para uma saída livre de
> influências, mesmo estando a Prefeitura (e não só ela) dominada pela
> cultura do software pago.

Este parágrafo mostra que existe uma confusão com relação à questão.
O Emerson estava falando de software livre e o Sr. Marlon associou como 
software grátis. (Também confirmado anteriormente por ele ter assumido 
que StarOffice é livre)

Deveria-se esclarecer que software *pago* é o oposto de software 
*grátis* e software *proprietário* (aquele que não queremos) é o 
contrário de *software livre*.

Certamente para a prefeitura o importante é que o software seja livre e 
grátis.


> Por aqui, o free ainda não obteve o êxito do estado do RS. Sei que Lula

Ambigüidade do ``free'' presente neste parágrafo.
http://www.gnu.org/philosophy/words-to-avoid.html#ForFree


> tem planos para implementar o *código aberto* no Governo Federal. Se isso
> der certo, é uma onda que pode pegar.

Aqui a mistura de software livre com código aberto. São dois movimentos 
diferentes:
http://www.gnu.org/philosophy/words-to-avoid.html#Open
http://www.gnu.org/philosophy/free-software-for-freedom.html


Espero que isto seja útil como forma de visualizar conceitos equivocados 
que mesmo pessoas com boa intenção carregam e, na minha opinião, podem 
dificultar a propagação/aceitação da idéia do software livre.

At.

Ricardo.



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