[GUFSC] Menos de 10% daprodução intelectual das universidades brasileiras está protegida
Ricardo Grützmacher
grutz em terra.com.br
Terça Abril 22 11:43:37 GMT+3 2003
http://www.unaberta.ufsc.br/reportagem.php?id=4891
Menos de 10% da produção intelectual das universidades brasileiras está
protegida
Amanda Miranda
As instituições federais de ensino têm protegido pouco os seus
criadores. Apesar do país ser considerado o 18o. do mundo em produção
científica, apenas cerca de 10 % do conhecimento gerado nas
universidades é devidamente registrado.
Segundo a assessoria de imprensa do Instituto Nacional de Propriedade
Intelectual (INPI), das universidades brasileiras apenas 20 possuem
órgãos gerenciadores de Propriedade Intelectual. Destes, os que mais
encaminham pedidos de patentes são, respectivamente, o Escritório de
Difusão de Serviços Tecnológicos (Edistec), da Universidade de Campinas
(Unicamp) e a Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica
(CteIT), da Universidade Federal de Minas Gerais. No ano passado foram
144 pedidos da Unicamp e 46 da UFMG.
A Coordenadoria de Gestão de Propriedade Intelectual da UFSC (Cogepi),
dirigida pelo professor Luiz Otávio Pimentel já encaminhou, este ano, 11
pedidos de concessão de patentes. Funcionando há dois meses, o órgão,
além de colaborar na negociação de convênios e contratos de
transferência de tecnologia, fornece proteção jurídica para aqueles que
utilizam o ambiente universitário durante o desenvolvimento de
pesquisas. Em troca, parte do lucro gerado é revertido para a instituição.
Porém, não são somente os pesquisadores auxiliados por um núcleo
especial que têm os direitos assegurados. Qualquer criador de livros,
novas tecnologias e até mesmo de desenhos é amparado pela legislação
brasileira. De acordo com os artigos 184 a 196 do Código Penal
Brasileiro, quem viola um direito autoral ou comete um crime contra as
patentes, pode ser condenado de três meses a um ano de prisão.
Segundo o professor do Curso de Direito, José Isaac Pilatti, a leis de
propriedade intelectual, ao mesmo tempo em que protegem o inventor e
estimulam a produção, acabam sendo um obstáculo ao desenvolvimento do
país e ao interesse coletivo. "Claro que deve haver uma tutela ao
direito do criador, mas se ela for excessiva pode dar margem a um
conflito entre o interesse coletivo e o pessoal", comenta. Como exemplo,
ele cita o caso das patentes de remédios. "Não é justo nem ético, os
grandes laboratórios permanecerem isentos de responsabilidade social
perante a epidemia de AIDS", analisa Pilatti.
O presidente da Associação Brasileira de Propriedade Intelectual (ABPI),
doutor José Antônio Faria Correa, concorda parcialmente com a opinião de
Pilatti. Segundo ele as leis existem, mas faltam juizes para aplicá-las.
"Os titulares do direito já dispõe de um aparato legal e de um arsenal
de medidas. O problema está no aparelhamento do Judiciário, que conta
com pouquíssimos juizes", afirma.
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It's most certainly GNU/Linux, not Linux. Read more at
http://www.gnu.org/gnu/why-gnu-linux.html.
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