[GUFSC] discussão urna eletrônica
Ricardo Grutzmacher
grutz@terra.com.br
Wed, 14 Aug 2002 13:02:53 -0300
Outro documento para ler:
http://www.unaberta.ufsc.br/materia.php?id=3013
Professor avalia segurança da urna eletrônica
Não há indício de possibilidade de fraude nos softwares das urnas
eletrônicas que serão usadas nas eleições deste ano, afirma o supervisor
do Laboratório de Segurança em Computação da UFSC (LabSEC), professor
Ricardo Felipe Custódio. Ele foi um dos 30 técnicos que avaliaram, no
começo do mês, o Sistema Informatizado de Eleições, criado pelo Centro
de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações
(Cepesc), vinculado à Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Pela
primeira vez foram convidados dois especialistas de universidades
federais, o supervisor do LabSEC e um professor da UFMG.
Segundo Ricardo Felipe Custódio, a possibilidade de alterar os dados das
urnas é muito pequena, porque estão isolados da Internet. As falhas que
podem acontecer são, por exemplo, uma pane numa urna e um eleitor que
vendeu o voto provar, através do uso de uma microcâmera, que votou em
determinado candidato. Cerca de 400 mil urnas serão utilizadas nessas
eleições e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem um excedente de 5%
para substituição.
Este ano, o voto também será impresso em algumas cidades do país,
entretanto, o eleitor não poderá levá-lo para casa. Em Santa Catarina, a
experiência será em Laguna, Balneário Camboriú e Brusque. Entretanto,
para o professor Custódio, isso aumenta a possibilidade de fraudes.
Alguém poderia trocar os votos impressos e haveria choque de dados com
as informações da urna.
Os partidos também consideraram o sistema seguro, mas pediram uma
alteração. No sistema atual, se o eleitor, por exemplo, esquecer de
votar para presidente, serão invalidados os votos anteriores. Os
partidos querem que esses votos sejam validados. A alteração é
tecnicamente fácil. A decisão deve ser tomada esta semana.
Para evitar alterações, depois de encerrada a votação, os dados dos
disquetes com o resultado serão criptografados("embaralhados") e levados
até os computadores da Justiça Eleitoral. Como o sistema que mistura as
informações foi criado por um órgão ligado à Presidência da República,
havia receio de que o resultado pudesse ser manipulado.
Depois da inspeção, o Tribunal Superior Eleitoral gravou os programas em
CD, criou uma assinatura digital e lacrou-os. A assinatura serve para
confirmar se os softwares avaliados são os mesmos que serão usados nas
eleições. No final do mês, os técnicos farão uma nova verificação para
saber se o CD foi violado e o conteúdo, alterado.
No ano passado, o Brasil ofereceu a tecnologia para o Paraguai. A
Argentina também demonstrou interesse em adotar o sistema. Para o
professor, "o Brasil tem a melhor tecnologia de votação eletrônica do
mundo" e deve ganhar dinheiro com isso. Entretanto, lembra que se não
aprofundarem as pesquisas, o país logo ficará defasado, já que outras
nações, como os Estados Unidos, começaram a desenvolver sistemas
semelhantes.